domingo, 23 de outubro de 2011

Fugir, nadar e amar ou quando nao adianta fugir


Eu disse que eu ia fugir, trocar de rua, de horário, de rotina.
Disse que ia afundar no trabalho, focar no lado prático da vida.
Ia desviar o olhar do seu, ia enganar o desejo, não ficaria mais inebriada pelo som da sua voz.
Eu disse que ia esquecer. E tentei.
7 dias, o numero magico, fiquei longe. Consultei o coração e todos os orgãos envolvidos, estava tudo ok, podia te ver novamente, meu cérebro mandou mensagens (falsas) de que eu estava imune.
Que tolice, que tolice.
Você abriu o sorriso que diz tudo quando me viu.
Gritou meu nome há 30 metros de distancia, jogou um beijo. Eu sorri, continuava confiante de que agora nutriria a amizade boa.
Tola tola tola.
Você me segurou forte, foi explicito, falou dessa vez sem se preocupar com quem estava perto. Disse com todas as palavras o que há dias, semanas, eu estava tentando não falar. Verbalizou os sentimentos com um punhado de palavras que pareciam metralhar minha convicção de que a paixão platônica unilateral havia sucumbido a um sopro de razão.
Ingenuidade, ingenuidade.
Me carregou no colo literalmente e eu pensei que essa cena só ia existir nos meus doces delirios.
Não houve beijo apaixonado de novela, não houve sexo, só tato, e  houve aquela magia que eu não vivia desde a adolescencia...Aquela descoberta de pele, de toque, o primeiro passo, a revelação física daquilo que os olhares já denunciavam. Senti sua mão pela primeira vez de uma forma decidida..não era um esbarrão, era um movimento voluntário. Mão na nuca, na cintura, envolvendo o corpo inteiro tudo pela descoberta, todos os movimentos atendendo aos apelos suplicantes de muitos dias.
Ouvi confissões das sensações vividas no primeiro dia que me viu. Não, eu não estava tendo falsas impressões.
Houve um cantarolar no pé do ouvido. Cenas que eu só via nos filmes....mas ainda assim longe de ser aquele clichê romantico, havia diversão, tesão, apixão, tudo misturado e selado pela cumplicidade de que está vivendo a mesma situação.
Dois bobos, ofegantes, de roupa de banho, num canto da piscina, em uma noite onde apenas os refletores se esforçavam para iluminar o ambiente, uma música cheia de melodia ao fundo, um olhar que encherga mais do que os olhos podem ver, um sorriso de quem confidenciou tudo e não está mais querendo fugir de nada. Uma entrega. Um aperitivo para a fase nova. A confisão de que é reciproco. A vontade do beijo que não se realizou. Ambos sonhando com o momento mágico em que isso vai se calar e não será mais preciso palavra alguma.
Havia umas 2 ou 3 pessoas por perto. Mas, parecíamos tão a sós. Foram dentes e sorrisos, mãos braços, beijos, abraços, pêlos, bocas, apelos, cabelos, poses, tudo junto e misturado, sem pudor dos olhares das testemunhas alheias ao que acontecia. Talvez porque não estivesse acontecendo nada que fosse visivel a terceiros. Estavamos sendo transportados para uma outra dimensão onde só existia nós dois.
Ai? Eu voltei pra casa. Porque não adianta fugir. Não adianta criar expectativas. Não adianta tentar mudar o curso natural das coisas. Está acontecendo e só me resta viver, aproveitar cada alegria desse momento e ser feliz.
Evitar o inevitável dá muito trabalho.
Não é amor. Mas é uma força estranha. E ultimamente as forças estranhas me encantam mais do que o tão falado amor romantico e perfeito quase inexistente.

3 comentários:

Lulu on the sky disse...

Uauuuuuuuuu isso que é post de tirar o fôlego. Aproveite a cada instante. Só o tempo irá dizer se é paixão, tesão ou amizade.
Boa sorte.
Big Beijos

Karine disse...

Olha, essa coisa sem nome deve ser vivida a mil. Dane-se. Já estava na hora, Carol. Você merece sentir o coração palpitar de novo!

Dry Santos disse...

Nossa! Pelo jeito está tudo ótimo, hein?! hihi :) Aproveite muito bem, porque mesmo sendo passageiro, viver coisas boas merecem ser bem vividas ;)

Beijinhos :*
PS: Saudades dos teus posts e das tuas cartinhas (esses correios não ajudam :X)!