terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pelo direito de ser jovem!


Sábado encontrei uma amiga querida.
Já fazia uns 3 meses que não nos viamos e ai marcamos de ir tomar algo gelado no inicio da noite quente lá no Pinguim (meu boteco belorizontinho favorito).
Logo que a vi percebi a mudança no visual.
Ela adotou um corte de cabelo bem mais curto do que costumava usar, um chanel repaginado com a nuca batida e a parte da frente bem mais comprida e desfiada o que lhe deu, sem duvidas, um ar mais moderno e arrumado. Diria até, ficou mais exuberante.
Elogiei sinceramente, de cara, junto com o abraço o beijinho e o "oooiii, saudadeeee!!"
Ai que ela foi logo contando da repercussão do novo look, recem adquirido, que todo mundo gostou, que acharam que ficou muito bem e tals, mas o comentário que mais me chamou a atenção foi: dizem que me deu um ar mais maduro, pareço mais velha. E falou isso com um brilhinho no olhar.

Hã?! Isso lhe pareceu um elogio?? Pois é...a mim não.

Mas o fato é que com o corte de cabelo novo e o estilo mais arrumado, ela parece mesmo ter um pouco mais de idade do que de fato tem. E, pra minha surpresa, era isso mesmo que ela objetivava.
Ela é uns 5 anos mais nova que eu e como pareço ter uns 7 a menos, temos o mesmo "problema": a necessidade de demonstrar que nossa competencia e experiencia profissional vai além da frescura de nossa juventude bem estampada no rosto.
Como já me despedi da casa dos vinte, longe de mim querer parecer ser mais velha, mas noto que esta é uma preocupação recorrente.
Tenho um amigo, também profissional liberal, que sempre se queixa desse mal e afirma categoricamente: os anos agregam valor ao nosso trabalho, não se referindo ao acumulo de experiencia mas sim afirmando que quando abre a porta do consultorio e o cliente o vê se notar alguma ruguinha ou uma "cara de maduro" acredita ser ele (meu amigo) um profissional mais confiável do que um "recém-formado".
Esse é um problema que atinge principalmente os profissionais liberais que atuam "por conta própria" pois se formos ver o outro lado da moeda, as empresas preferem contratar os mais jovens sim.
Absurdo dos absurdos!
Eu prefiro os jovens sim! Prefiro os que tem cara que sairam da faculdade há pouco mais de 5 anos, prefiro aqueles que nas horas de folga vão a praia, curte uma baladinha no sábado, sentam na mesa do bar pra paquerar, tem facebook, conhecem Ne-Yo, Katy Perry, acompanham seriados, trabalham de adidas nos pés ou, quando o trabalho é mais formal, dá pra se notar um certo ar mais arrojado e despojado na cor das gravatas, no relógio, no perfume...
Eu gosto dos jovens...mas ao contrário das empresas que os contratam e que preferem esses profissionais, eu gosto dos jovens porque acredito que a vontade de se estabilizar no mercado é tão grande que se empenham, estudam, se atualizam constantemente...já as empresas os preferem porque os veem como mão de obra barata já que o salário será fixado proporcionalmente à experiencia acumulada. Triste realidade.
Que os mais velhos tem mais experiencia, isso não se pode contestar, mas os mais jovens são também muito (ou arrisco dizer: mais) atualizados. Nesse mundo de guerra calada, quem não estuda e não se aperfeiçoa não tem espaço no mercado e isso independe da idade que se tem.
Que a escolha por um profissional seja por seu potencial, sua competencia, seu comprometimento com o trabalho e que nunca mais se use o criterio da idade...
É triste, no momento em que seu cultua a beleza, a qualidade de vida, a juventude, ter que negar a idade, majora-la, esconde-la, a fim de se ter um pingo de credibilidade no mercado de trabalho.
Que ninguem va trabalhar de bermuda de nylon mascando chiclete, mas que possamos sustentar no rosto a frescura e a alegria de sermos jovens sem termos que ouvir com um sorriso amarelo: "mas você é uma meninaaaaa".
Quanto aos mais maduros meu mais profundo respeito e admiração pela experiencia acumulada, um dia chegaremos lá, mas não seremos melhores que ninguem só por computar décadas de formado.
Que o criterio seja a competencia e não a idade.

2 comentários:

Alice Voll disse...

pode ser besteira, mas todo mundo tem as suas, e cara tenho medo da velhice!

Mere disse...

Passei por isso quando minha OAB/RJ era fresquinha; Eu tinha de ficar provando que sabia o tempo todo, era difícil até cobrar; Hoje me faço até de burra, as vezes, para me livrar de clientes chatos. As coisas mudam.
Ninguém me dá a minha idade tb que hoje é de 39 anos, nem no físico, nem na mente; Um dia a gente vai se conhece e vc vai ver. rs.
Qto a Brasília, não sei te dizer, se a minha história de vida tivesse tido outro rumo (desencadeei um transtorno bipolar em 2008, e, destrui tudo que construi e hoje, estou reconstruindo tudo (inclui-se marido e filhos nessa lista) e acho que estar em Brasília ajudou muito, mas acho que isso se daria em qqr outro lugar que fosse longe da minha casa no Rio, não sei), enfim, não sei se eu iria amar do jeito que amo, mas posso te dizer que gosto muito mesmo daqui, vivo aqui longe dos "meus" numa boa. Hoje não tomo mais meus remédios (que eram 05 diferentes por dia e em diferentes horários e tudo tarja preta), mesmo contra as ordens do meu psiquiatra que me condenou a tomá-los pro resto da minha vida. Aqui encontrei a psicóloga que me ajuda nisso tudo, coisa que no Rio eu não encontrei, não sei pq, mas a minha cura e meu entrosamento com a terapeuta só rolou aqui; Então, não tem como não amar, entende? Mas sobre as maravilhas de Brasília em si, pouco posso te acrescentar. Falo da minha história.
aff!
um post! (desculpa)